sábado, 14 de janeiro de 2012

Essa mágoa travestida de raiva.

Não sei se eu deveria ter tanta raiva de você. Às vezes acho que, apesar dos pesares - apesar das palavras ditas, dos sorrisos dados, das insinuações -, você não fez por ser mal. Não sei porque mas às vezes te vejo como uma criança birrenta que faz escândalo quando não consegue o que quer. Que grita, chuta, cruza os braços, esperneia, pra chamar atenção, pra dizer para os outros: "ei, estou aqui, me veja!".

Acho que você tê-la beijado naquela noite, ao som daquela música sem letra, das pessoas quase embriagadas - inclusive ela -, foi uma forma de me olhar e dizer: "ei, eu tou aqui, me veja!". Não sei, desde o início até o ultimo dia do nosso acabado namoro que eu te vejo assim, como uma criança, como um "menino criado por vó", como eu te chamava algumas vezes.

E eu gostava disso, desse teu jeito bobo infantil - nas vezes que era bonitinho, claro. Mas odiava teu jeito infantil nas brigas, nas birras, nas ameaças, nos quase esperneios. Você foi um estúpido, espero que saiba. Acho que no fundo, no fundo, eu não tenho raiva de você. Na verdade acho que tenho algo bem pior, pelo menos ao meu ver: uma profunda mágoa. Não sei se isso vai passar um dia, mas queria te dizer isso. Como um registro de todas as lágrimas que derramei, registro da minha decepção contigo.

Porque, apesar dos pesares, você era uma das ultimas pessoas que achei que poderia fazer algo grande assim só pra me magoar. Mas olha como é a vida não é, profundamente me enganei.

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Esse ta guardado a meses uashuahs. Mas li agora e gostei. ^^