quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Antigas (des)crenças.

Quando ficamos perto e eu fitei seus olhos, me perdi no seu olhar. Comecei a acreditar em uma porção de coisas... Em amor a primeira, segunda e terceira vista, já que me apaixonei por você em todas as vezes que te vi. Acreditei que podia voar, já que mal senti meu pé tocar o chão.

Brotaram inúmeras borboletas em meu estômago, não sei de onde elas surgiram, mas me fizeram sentir calafrios. Acho que comecei até a acreditar em destino, não tem como ser outra coisa. A gente tinha tudo pra ter se perdido um do outro, tínhamos tudo para não estarmos ali. Mas estávamos, não era um sonho. E como valeu a pena ter te esperado...

Feitiço.





Esse seu olhar quando me fita, estremece ate o mais insensivel dos meus estimulos, meu olhar tenta fugir, mas os seus olhos não o deixam escapar; não há como encontrar escapatória para uma coisa assim. Esses seus braços me prendem em um abraço perfeito, e me fazem perder as forças e até a vontade de escapar. Essa sua respiração me envolve e me faz perder toda a noção do logico, do ontem e do hoje; me faz perder o ritmo e entrar no seu ritmo, no seu compasso que me descompassa e me desnorteia. Esse seu sorriso que me tira as bases, os conceitos, me tira os pensamentos e não me deixa pensar em mais nada; me deixa cega, surda e muda para o que não tiver relação a você. Esse seu feitiço que me enfeitiça e me faz querer mais, mais palavras, mais olhares, mais momentos, mais você e eu. E nesse momento dois se torna um, numa matematica perfeita, sem erros, sem espaços, sem falta.


Achei esse perdido no meu outro blog que abandonei há tempos e me deu vontade de postar...

Teu reflexo.


Quando me olho no espelho começo a lembrar daqueles dias de verão há tanto tempo atrás. Aqueles quinze dias apenas. Foi nele que comecei acreditar que mágica existe e com ela, pessoas mágicas. Era o primeiro dia, tinha acabado de chegar de viagem. Depois de arrumar uma série de coisas fui à praia, a casa que eu estava ficava de frente a ela e era onde passaria meus quinze dias de paz.

Eu estava sentada na beira do mar vendo o céu e antes do pôr-do-sol, comecei a caminhar. Caminhava pela praia quando vi um par de pegadas que não me pertenciam. Olhei em volta e um pouco a frente vi alguém sentado na areia fitando o horizonte, tinha cabelos um pouco longos que balançavam com o vento. 

Eu não mais caminhei. Fiquei estagnada olhando aquela cena, o menino e o mar. Passou-se pouco tempo e então você percebeu que eu estava ali e virou para me olhar. Ficamos nos olhando por bastante tempo, eu diria, até que você sorrio e pôs a mão ao seu lado, como se estivesse me chamando para sentar. E eu fui.

Você me disse oi e foi ai que toda a magia começou. Começamos a conversar e parecíamos velhos amigos de infância, eu adorava sua capacidade de me fazer rir. O sol se pôs e eu tive que ir. Você segurou minha mão firme e foi comigo, caminhando até minha casa. Agora não tinha apenas um par de pegadas, eram duas, e como eu gostava disso... Você se despediu me dando um beijo no rosto, eu não queria te dizer tchau.

Mal nos conhecíamos e já fazíamos planos, um deles era de nos encontrarmos cedo, antes do sol nascer, na frente da minha casa. Eu fui, te encontrei. Demos um abraço longo, como duas pessoas que viajaram por muito tempo e só então se viram. Eu gostava disso. Sentamos na areia, eu encostei a cabeça em teu ombro e vimos o sol nascer juntos.

Os dias se passaram rápido, incrivelmente rápido. Em um piscar de olhos já era o décimo quinto dia e eu tinha que ir, eu não queria ir. Era como uma das minhas músicas preferidas de Los Hermanos: eu encontrei quando não quis mais procurar o meu amor. Eu não te procurei e te encontrei, e não queria ter que me despedir.

Tínhamos marcado uma hora para nos despedirmos, naquele lugar onde tínhamos nos conhecido. Eu cheguei e você já estava lá. Era como no primeiro dia, você estava sentado na areia fitando o horizonte, mas dessa vez tinha uma rosa na mão. Você se virou, me viu e foi ao meu encontro. Nos encontramos. 

Eu pulei em teus braços com os olhos marejados. Eu não queria te deixar, tinha muito medo de te perder. Você me disse algumas palavras sussurradas, e entre elas prometeu que me esperaria e então eu fui. 

É incrível como realmente sempre lembro dessa história todas as vezes que acordo e me ponho em frente ao espelho. Não é algo planejado, é que enquanto me olho sempre te vejo refletido ao fundo, dormindo. É lindo, tão lindo. É como se os sonhos se realizassem. 

Você me esperou e eu te roubei pra mim.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Não há tempo que volte.

Essa noite está tão fria, parece pedra de tão solitária, de tão triste. As coisas não estão muito fáceis agora, essa temporada não é a de imensa felicidade. E nessas horas me pergunto a todo instante onde andará você. As cartas não mais chegaram, nem cartões postais, nem telegramas... Nada.

Lembro-me de outros tempos, lembro de suas mãos me acariciando e da sua boca deixando escapar doces sussurros em meu ouvido. Eu me lembro, você estava aqui.

Havia muito sol, muita brisa, muito amor. Não haviam problemas ou dor ou solidão. Eu não era tão confusa, louca, irritante, boba... Assim. Eu apenas sorria e sorria. Eu só tinha certezas... Mas agora restam-me as dúvidas, dívidas com a vida.

Eu fecho os olhos e é como se seus braços ainda estivessem entrelaçados em minha cintura e minha cabeça se mantivesse encostada em seu peito. É como se todas as estrelas brilhassem do mesmo jeito, se todas as constelações estivessem novamente completas.

Ascendência. Descendência. Decadência. Tudo tem ido de mal a pior.

Pra piorar você não está aqui, faz frio e eu estou só; comigo, com meus pensamentos, com o nada. O mais confuso é que não sei mais se quero que você volte, se te aceitaria de volta. Seus olhos em outrora melhoravam os meus, completavam, ampliavam minha visão. Agora estou cega para aquele outro mundo e não sei se vale a pena enxergar novamente.

Sim, sinto sua falta e todas as lembranças me doem. Queria tua companhia, teu olhar, teu amparo. Mas isso não basta, isso não me faz esquecer da sua ausência em todos esses dias. Não faz as folhas do calendário voltarem e com elas o tempo, nosso tempo perdido. 

De tudo, o que mais dói.


Sabe o que mais dói? É saber que quando eu te disser que não, que não te quero mais, que meu sentimento morreu e que, infelizmente, você me perdeu, você não vai fazer nada a respeito. Não vai tentar provar que estou errada, não vai insistir, tentar me coagir. Não vai falar um monte de coisa bonita e pedir um milhão de desculpas; não vai pedir uma segunda chance.

Eu sei, não quero mais você. Mas também não quero que você desista tão facilmente. Quero que me prove que posso estar errada e que você não é tão mal assim, que até que é boa pinta. Quero que você sussurre em meu ouvido diversos 'por favor', 'volta' ou 'não faz isso'. Quero que segure brandamente meu rosto e o acaricie, que fite meus olhos e me deixe muda. Sim, muda. Sem mais argumentos.

Quero que me abrace também, um abraço quente e forte suficientemente para que eu esqueça de todo o resto, esqueça dos problemas, das brigas, das vezes que você foi um completo idiota. Quero que a cada dia você prove o quanto mudou e o quanto eu estava errada. 

Sim, eu vou dizer diversas vezes que não há mais jeito, que acabou mesmo e que não quero mais ouvir uma palavra se quer. Também vou dizer todas as coisas idiotas que você já fez, das incontáveis vezes que te esperei e da minha imensa decepção ao perceber que até um desconhecido me prioriza mais do que você em todo esse tempo.

E tudo isso é a mais pura verdade. Você realmente não merece todo o sentimento que nutri por você. Toda a minha espera. Na verdade você não merece nem um terço disso, não merece nem essa ultima conversa. Mas como queria que eu estivesse errada...

E pra completar você vai fazer tudo errado de novo, mais uma vez. Você depois dessa conversa vai dizer que tudo bem, que me entende e que não vai voltar a me importunar. Que tamanha estupidez. Você não deveria fazer isso... Porque enquanto você estiver indo embora e eu fingindo não me importar, na verdade vou estar pensando em uma única coisa: por que ele me disse adeus?

domingo, 26 de setembro de 2010

Partida.

Há um bom tempo atrás, abristes a porta da frente e fostes embora. Nem se quer se importou comigo, apenas se foi e me deixou aqui, sozinha... E que grande ironia é mesmo a vida! Hoje, quando tenho acabado de fazer as malas e olhado para trás, pela milésima vez com medo de desistir, você volta. Me desarma, me faz pensar. Mas dessa vez não vai ser como das outras, não vou mais esperar. Sabe como é, a janela ficou aberta.

Através dela eu vi um mundo lá fora. Vi carro, pessoas, pássaros... Vi vida! É fácil não querer algo melhor quando não se conhece além, mas eu conheci e não quero mais esse pouco pra mim. Essa mortificação, esse cheiro de mofo e naftalina na minha vida. 

Você voltou igual, aparentemente pelo menos, com as mesma palavras, as mesmas promessas, o mesmo mundo a oferecer e me encontrou assim, tão mudada. Nosso olhos se encontraram e eu não mais te reconheci, não consegui identificar aquele sentimento tão intenso dentro de mim. Não que eu tenha ficado insensível, pelo contrário, te ver aqui de volta mexeu demais comigo e exigiu de mim uma concentração e força de vontade gigantesca.

Mas mudou, ta diferente, menos intenso. Nossos desejos mudaram. Antes era tudo velho com aparência de novo, eram sempre as mesma velhas fotografias nos porta-retratos. Mas agora não, as coisas realmente mudaram. Antes era engraçado, enquanto eu era inverno dentro de ti se fazia verão e quando eu, mesmo que momentaneamente, resolvia ser calor, você vinha e me transformava em frio.

Hoje eu brilho, crio, me reinvento. Sou verão, inverno, outono, primavera. Tudo junto. Sou quente e gélida ao mesmo tempo. Você era meu tudo e hoje se tornou tão pouco... Chega a doer ver esse teu rosto pasmo ao me olhar firme com as malas na mão, ao ver que dessa vez eu vou embora de vez. Que mesmo que você se ajoelhe, sabe que não vai mudar minha decisão.

Eu esperei muito tempo por algo tão pequeno, agora sou grande demais pra me guardar em mim mesma. Sinto necessidade de doar um pouco de mim para o mundo. Em buscar, encontrar coisas novas. Novas borboletas, novos braços, novos olhos... Um novo alguém bem diferente de você.

Acho que não precisarei falar todo o discurso que preparei pra te dizer em todo esse tempo. Acho que esse nosso breve olhar já disse bem mais do que eu previa. Então, quer entrar? Pode ficar a vontade... Que eu já estou de partida.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Não vá embora.


Eu sei que as vezes sou louca, me irrito fácil, me magoou fácil e te mando embora mais fácil ainda. Sei que muitas vezes não sou nada fácil de lidar. E que, tem horas, que pareço estar em tpm constantemente, pela carência, pela chateação, por perguntar a cada minuto se você realmente sente tudo que diz sentir por mim. Sei que muitas vezes sou um pé no saco e que você se irrita comigo, até mesmo quando não diz nada, apenas abre um sorriso e acaricia meus cabelos. Mas sabe… Não é por mal. É que já vi tantas pessoas indo embora e me deixando aqui, tantas pessoas sumirem ao saber o que sinto, que tenho medo que você se vá e me deixe também. E eu não quero mais ver ninguém indo embora… Principalmente se esse alguém for você.