terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Sorriso nos olhos.


Agora me pego sorrindo e acho graça; acho graça me ver feliz assim. Houve tempos, não muito distantes, que eu andava tão triste... Era de da dó. E olha só agora! Saio distribuindo flores e sorrisos pelas ruas, risos pela madrugada, abraços ao amanhecer. São teus olhos, esses teus olhos que sorriem para mim antes que tua boca faça o mesmo. Eles me alegram sabia? Da mesma forma que me arrepiam essas tuas mãos na minha cintura, na minha nuca, no meu rosto. Me fazendo carinho enquanto teus olhos olham os meus de um jeito tão terno, tão lindo, tão como se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo. É tão lindo, tão lindo que os fecho, para que os teus também se fechem e então tua boca, junto a minha, eternizam esse momento. Um beijo seu e eu vou só pensar em você...

sábado, 25 de dezembro de 2010

And it’s you when I look in the mirror.

O bastante.

As vezes não é preciso nada além de um olhar, de um abraço apertado, do breve espaço de tempo entre meu sorriso e tua respiração. As vezes não preciso de nada de mais, nada além do que tenho tido. Gosto tanto desse teu jeito todo surpreso de me olhar nessas tantas vezes que somos tão iguais, gosto de como me toma em seus  braços e faz meu mundo todo caber nesse teu abraço. Gosto tanto que emudeço, te olho, te fito, me encontro. Muitas vezes não preciso que digas palavra alguma, mas ainda assim dizes coisas tão lindas; é tão lindo esse teu jeito comigo e quando você me canta sussurrado... Por instantes me esqueço de tudo, faço desse tempo contigo meu mundo, me perco novamente, mas de um jeito tão encontrado, tão certo. E ainda é tão cedo, tão cedo pra tudo, pra coisa alguma, mas ao mesmo tempo é tão bom, tão encantador, tão aconchegante, tão como se já fosse assim há muito mais tempo, que se torna quase impossível não me querer nos teus braços de novo. 

We'll shine like stars in the winter light.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Faz sentir.


Não precisa entender, nem tentar entender, é só se aproximar e ver mais de perto. É só abraçar sem perguntar, e olhar nos olhos e ver e sentir e fazer sentir. Apenas me faça sentir. Sem perguntas, sem dúvidas, sem aquela vontade de desvendar algum mistério. Não desvende nada... Deixe o mistério misterioso agir sorrateiramente, como sempre. Fique perto, sempre. Porque quando ficas longe algo muda, algo sempre muda, e dessa vez não quero que nada mude. Não se mude de mim. Me deixe muda, quietinha, sentindo sua respiração, seu coração bater e seus dedos, carinhosamente, entrelaçarem no emaranhado do meu cabelo. E então, como que por pirraça, dedilha no teu violão, daquele teu jeito bem profundo, todas aquelas canções que fazem com que nossos corações fiquem aquecidos, batendo junto, no mesmo ritmo, como que se dai tudo começasse a fazer sentido.

Como ácido.

Dizem que pequenas doses de futilidade não fazem mal a ninguém, mas quer saber a real? Faz sim. É como um ácido, daqueles bem fracos, aparentemente inofensivos... Eles corroem. Corroem aos poucos, mas corroem. E quando você vai ver a coisa ta feia; lá se vai tantas coisas lindas que tinha dentro de si, coisas realmente importantes. Aos poucos vai restando nada, nada bom. E o que não pode ser destruído vai sendo drasticamente modificado.

E lá vai tudo ficando fútil. Não é tabu não, é verdade. Às vezes tudo começa com uma pequena frase: "desculpem os feios, mas beleza é fundamental". Pronto, sua dose de ácido. Você nem percebe, mas logo você começa a ser bem fútil do tipo que só quer saber de rosto bonito e corpo sarado. E o que há por dentro meu Deus? Onde fica? Bem, não fica. É deixado de lado. O essencial se torna fútil, o mundo fica de ponta cabeça.

Outra coisa que dizem é que a vida pode ser bem irônica, porém, diferente da primeira afirmação, essa é verdadeira. Todo mal tem seus benefícios: você quebra tanto a cara sendo fútil que finalmente cai na real. O problema de corações partidos muitas vezes são essas doses homeopáticas de futilidade que se tornam remédio controlado. Por isso que amor é coisa rara, em tempos que a aparência tem mais importância, o essencial é deixado para trás. E dizem que tudo isso é muito complicado, mas que nada, tudo é tão simples, Exupéry mesmo disse: "O essencial é invisível aos olhos". Acredite, é mesmo.  

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Tentando acabar com minhas próprias doses, muitas vezes nada homeopáticas, de futilidade. E como é difícil... Santo dios.

Se for embora, leve um sorriso meu.

Au revoir.


Obrigada, muito obrigada por ter ido. Obrigada por todas as palavras não ditas, pelas promessas quebradas, pelos momentos que não vivemos por sua causa, obrigada também por ter feito questão de matar todo esse sentimento que eu tinha por ti. Espero mesmo que sejas muito feliz com essa nova. A unica coisa boa de estar com alguém totalmente errado pra você é que você vê como alguém certo faz falta, você me fez ver isso. Acho que realmente precisava do seu ultimo feito para seguir em frente: ver que você já ta seguindo. Agora  estou livre de todo esse sentimento que me aprisionava, que me fazia matar qualquer coisa boa que começasse a surgir por outro alguém, sentimento tal que me fazia não querer mais nada, ficar cega pro mundo e só ver você. Estou livre para ver as tantas coisas lindas que se apresentam para mim, as tantas novas melodias e possibilidades. Você escolheu ir embora e, finalmente, consegui ser inteligente o suficiente para te deixar ir do único lugar que ainda estava impregnado... Dentro de mim.

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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

(in)Decisão.


Cara ou coroa? Eu simplesmente não consigo escolher. Shit.

Nessas horas acho que seria bom ter uma terceira opção... 

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

É estranho não te contar meus planos.

Nostalgia boa.


Nada de novo acontece, pelo menos nada relativamente grande que mexa com cada estimulo nervoso do meu corpo. Eu continuo estática, com essa minha mente que viaja através do tempo e do espaço, por isso fico assim... Nostálgica. Hoje estou, especialmente, nostálgica. Já relembrei tanta coisa, tanta coisa que já tinha pseudo morrido na minha memória, tantas pessoas lindas que conheci... E os momentos? Bem, revivi ótimos momentos na minha mente hoje. Teve tanta beleza que por instantes me vi encantada. Foi bom relembrar tudo isso, não sei bem o porque, mas foi. E agora vou dormir, com essa minha cabeça cheia de memórias, fresquinhas, fresquinhas, que nem pão assim que sai do forno. Uma parte de mim quer reviver tudo isso, acho que é essa parte que me faz ter sonhos bem bonitos quase todas as noites. Como esse que sinto que vou ter agora.

I'm listening to the song we used to sing in the car, do you remember?

domingo, 19 de dezembro de 2010

Eu só sei que amei, que amei, que amei, que amei.

A cada natal.

O sino soa do alto da catedral, tão alto e majestoso, que até os surdos se fazem ouvir. É quase natal.

Faz frio, mais frio do que em qualquer época do ano. É como se fizesse parte do ritual de passagem, ritual esse que todos esquecem - ou quase todos. A maior preocupação são os presentes: o que vai ganhar, o que vai dar para as crianças ou vai trocar em um amigo secreto. As famílias sentam-se em uma mesa farta, todos conversam, riem, se esquecem... Se esquecem que logo ao lado, do lado gélido do cenário, há pessoas, muitas pessoas, sem belíssimas roupas, sem banquetes, quase sem nada na verdade. Há pessoas comemorando seu próprio natal, tão solitário quanto suas barrigas vazias há dias por falta do que comer. Do lado aquecido eles são indiferentes e realmente se esquecem dos solitários e invisíveis famintos, das crianças que choram de fome, choram de desesperança e se perguntam o porque do papai noel nunca apareceu para elas. Não sentem nem o calor, nem o conforto tão essencial nessa época do ano. Para eles não existe natal.  

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Você ver quem, pra você, é realmente um amigo quando tem que sair para algum lugar de ultima hora e conta nos dedos quem você gostaria que fosse contigo.

E flutuou no ar como se fosse pássaro.

Sem hesitar.


Vai, tenta. Mas tenta sem medo, sem esse medo estúpido de não da certo, de não ser a hora certa ou não ser a coisa certa a se fazer. Apenas tenta. Sem ficar imaginando mil e uma coisas sem lógica, mil e um diálogos, mil e uma formas disso se auto destruir. Sabe… Tentar é importante, é como se você desse uma chance de acontecer algo novo e bom na sua vida. Então fecha os olhos, se joga de cabeça, deixa que as coisas aconteçam.

I'll erase the memory.

Já estamos longe um do outro, longe o bastante. Estou quase voando pela estrada a fora e tento não pensar... Em nada. Olho pelo retrovisor e não consigo mais te ver. E não vou voltar, não mais. Te falei isso, lembra? Acho que não... Você nunca foi muito de escutar algo ou de se importar. Tudo poderia ser diferente agora e, se fosse, eu não precisaria fazer esse grande esforço para conseguir te apagar da minha agenda telefônica, apagar as mensagens, as fotos, algumas músicas. "Tudo é relativo quando te fazer feliz me faz feliz". Isso não acontece mais e pra falar a verdade, fazia tempo que isso não era assim, tentar te fazer feliz não me deixa mais nem um pouco feliz. E como te disse, usando um texto de Caiozinho (ou Caio F., como preferir), não darei mais nenhum sinal de vida. E é isso, vou te esquecer. Na verdade, eu já deveria ter te esquecido, há muito tempo. Não sentir deveria ser tão simples quanto dizer que não sente. Mas a partir de agora as coisas vão ser diferentes, vou ignorar os estímulos, vou ignorar as batidas urgentes do meu coração, vou ignorar o que não sinto por outros. Só tentarei não pensar, ignorar tudo de ruim, e ser feliz - nem que seja só por diversão. Então desligo o carro na garagem, jogo as chaves em uma mesinha qualquer e deito no sofá, fico assistindo qualquer besteira na tv só para treinar meu riso, meu riso que agora será o hino dessa minha nova fase. Nessa outra vida sem você nela. E como já disse, pelo menos meio milhão de vezes, eu vou te apagar da memória. Adiós.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Espera.


Bem hipoteticamente se existe uma pessoa para cada pessoa desse mundo, e se a pessoa, a minha pessoa, existe, sim, se você existe em algum lugar que não faço idéia de onde seja e ler todas as baboseiras que eu, por ventura, escrevo, saiba... Estou esperando por você. Sempre estive, na verdade, e acho que você não é nenhum daqueles que eu já pensei que fosse. Estou te esperando, mas de uma forma diferente. Não te espero mais com o desespero e urgência de antes, não é como se eu acreditasse que você vem pra salvar a minha vida, pra salvar-me de mim mesma. Não é mais assim... Eu simplesmente te espero. E caso você esteja lendo isso, não se apresente, não me diga que leu ou que já chegou. Apenas chegue, apenas me deixe ler tudo em seus olhos, apenas me faça sentir. Chegue, segure minha mão, me olhe nos olhos e me faça tocar as nuvens, me faça ter a certeza que é mesmo você. Faça com que todos os dias sejam como a primeira vez. 

Temporada dos risos.


Dizem que quando se quer - quer de verdade - fica-se feliz. É como se com muita força de vontade consegue-se ser feliz. Pra falar a verdade, eu nunca coloquei muita fé nisso, sempre achei uma teoria meio boba. "Ah, se fosse assim todo mundo seria feliz no mundo", eu pensava. Mas dude, sabe o que aconteceu? Um dia desses eu disse a mim mesma "chega, agora vou ser feliz". Tinha cansado de ficar tão triste; comecei a querer que as coisas ficassem mais simples, mais leves, menos complicadas. E sabe... acontece que me peguei sorrindo sozinha, por uma coisa tão boba que nem me lembro mais o porque. E foi ai que eu vi que essa teoria de boba não tem nada, que é verdade sim. 

Quer mesmo ficar feliz? Você fica. E é uma felicidade tão boa, uma felicidade que não depende de terceiros, que é uma coisa entre você e você. É tão intimo. Para ficar feliz não se precisa de muito, é só começar a ver as coisas por outros ângulos, ver a beleza, ver a vida, o amor. Nas coisas mais simples possíveis. E quer saber o melhor de tudo? É que desde então me peguei rindo, me vi alegre, uma porção de vezes. E viva à temporada dos risos.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Such a perfect day.


Além de tudo isso, bem no infinito horizonte, eu posso ver. O céu esta azul, tão azul... De um anil magnífico. O sol não está mais nos agitando, como quem pede guerra, ele esta terno, brando, uma enorme bola amarela - que nem gema de ovo - na imensidão do céu azul, bem azul... Strawberries por toda parte, um trilhão deles... Como um campo enfeitando a vida. E eu estou bem no centro disso, onde o mundo gira mais de pressa, onde a vida não espera, só é bela, bela, tão bela... O vento balança os cabelos, que dançam, brilham com o sol. E meu rosto se ilumina, que céu lindo! Agora ele fica rosa, laranja... Tão colorido... Agora eu sinto, uma imensidão de sentimentos que agitam meu sistema nervoso, adrenalina para os meus olhos, que tudo vêem: cores, movimento, vida! No finito tempo de um segundo, o mundo orbitou diferente, tudo ficou infinitamente diferente e ninguém viu. Mas eu senti, eu vi, é fácil de ver. Quando fecho os olhos consigo sentir o cheirinho de morango no ar, nesse ar limpo, com esse lindo céu, azul, anil, chiclete. É como um arrepio fino na pele, que percorre o corpo todo.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Apenas vem.


Por favor, vem e me faz desistir dessa idéia estúpida de desistir de sentir algo de novo. Vem e me faz ver que sentir é bom, que sentir é lindo e indolor. Vem e faz meu sorriso surgir no meu rosto de novo. Isso, vem… E realiza essa minha vontade insistente e constante de ser feliz.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Don't go.


Me abrace, sem pressa, tenha calma, essa noite ainda demora a acabar. A lua ainda brilha no alto do céu - bem acima de nossas cabeças -, os primeiros raios do sol vão demorar um pouco para surgir. Please… Não fale mais nada, nenhuma desculpa esfarrapada. Eu já entendi, é tudo muito complicado, o mundo não é um lugar fácil, principalmente para aqueles que já precisam ir embora. Mas escuta… Não vá! Não antes de falar tudo aquilo que teus olhos gritam para mim toda vez que me fitam. Você não pode mais esconder querido, já sei de tudo, já conheço esse segredo que eles tanto suplicam para que você conte e você nada diz… Então deixe-me simplificar as coisas: eu quero você. Sim, é você meu benzinho. E eu não quero ter que dizer goodbye. Não agora. Você deu o sopro de vida que meus olhos suplicavam, como um oásis em pleno deserto, nesse deserto de almas. Você não pode ir agora, não antes de roubar meu fôlego de mim, antes de me descompassar, antes de fazer com que o mundo suma, desapareça, e fique apenas nós dois. 

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Por favor, uma emoção pequena, qualquer coisa que se sinta.


É urgente, falo sério. Meu coração quase não bate mais, quase não sente, não suspende, não reconhece sentimento. E isso é mesmo grave. Preciso de muito mais do que oxigênio agora, muito mais do que minha respiração sozinha possa me dar. Pra falar a verdade, ando precisando da falta dela. Preciso de algo que me tire o fôlego, que me faça sentir algo.

Preciso de algo que não está em nenhuma receita prescrita, em nenhum livro, em nenhuma entrelinha de poema feito. 

Sinto necessidade de algo como um grito urgente, que expulse todos os males para fora; uma sacudida que consiga me estremecer por dentro. Quero algo novo, algo bom. Na verdade quero apenas sentir todas aquelas coisas bonitas que há tempos não sinto. Quero sentir algo como um choque, um arrepio, como o gosto doce que fica na boca toda vez que se come chocolate. 

Quero algo que me faça desistir dessa idéia estúpida de desistir de sentir algo de novo, de desistir dessa vontade insistente de ser feliz. 


Qualquer coisa que se sinta... Tem tantos sentimentos deve ter algum que sirva. Socorro! Alguma rua que me dê sentido em qualquer cruzamento, acostamento, encruzilhada...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Toda a beleza.


E que seja eterno, tudo que tiver de ser, que seja. E que esse fim seja realmente último capítulo dessa incessante dramaturgia. Que finalmente meu coração se aquiete, se conforme e bata conforme, eu, seu grande maestro, comandar. E era disso que eu precisava: um ponto final. As reticências só prolongaram algo que já estava fadado ao fim... E se findou. Finalmente me sinto livre. As expectativas, esperas... Pesavam muito. E agora que é chegado o fim, que ele o seja. Mas não quero mais isso de tristeza, uma lágrima francesa basta. E apenas como algum tipo de cerimônia, um velório daquilo que há tempos já não era. Adeus meu querido e acabado sonho. Se transforme, reinvente, vire passarinho, andorinha ou o beija-flor de alguém.  Sejas livre, feliz... Viva. Essa vida agora que se mostra tão bela, quero vivê-la também. Não quero mais reclamar de tudo, esperar tudo, de algo que nada mais tem para oferecer. E que o início dessa história que agora chega ao fim, possa ser lembrada algum dia por ti; espero que tropeces pelas linhas tortas, veja a beleza, toda a beleza que nela teve, inclusive esse medíocre fim.

All my loving I will send to you.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

The end.


Creio que agora é mesmo o fim, cansei de esperar.  Você foi um dos meus sonhos mais bonitos, pena que teve que acabar assim...  Nesse espetáculo, cheio de tragédia e melodrama, que ninguém assistiu. Eu estava só no palco... O tempo todo. E só agora percebi.

É inverno, faz frio... Principalmente dentro de mim. O verão foi embora, meu verão... E meus olhos choraram, um choro triste, um choro desconsolado... Mas foi pela ultima vez.

É triste, mas agora vou sair daqui; vou me reerguer e vou-me embora de uma vez.  Dessa vez não vou deixar pistas, não vou deixar bilhetes.  É triste, mas acabou. Talvez pudesse ter dado certo, você poderia ter dado mais de você nisso, poderia ter segurado a minha mão...

Mas nada disso importa agora. Olho pela ultima vez esse espetáculo vazio antes de ir... Então apago as luzes, fecho as portas e vou.

Vou sozinha, acompanhada de mim, da noite, da escuridão. Vou com passos curtos, passos longos, passo que me levam pra longe, longe de tudo, longe de você. Pode abrir os olhos agora, eu não estou mais ai, agora não irá me encontrar nem mesmo nas lembranças. Acredite, vai ser melhor assim. E, por favor, não venha mais me procurar.  

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Não vou mais vender melôs manjadas de Karaokê.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tempo.


Tempo esse que passa, tempo esse que não espera. Tempo que lota, que esvazia, que muda.  De tempos em tempos muda de cor, de forma. Hoje ele bate, martela, mostra que está correndo, que já está de partida. Hoje ele bate e cada batida me faz lembrar do tempo que ainda falta, do tempo que sobra, do tempo que coexiste com a distância. Agora tenho andado só, apenas o tempo me faz companhia. Não lembro bem, mas acho que ontem também era assim. Tic-tac, tic-tac, tic-tac. Você também pode escutar? É o tempo dançando ao ritmo das batidas do meu coração; que bate forte, bate urgente. Quer um pouco mais de tempo, quer que o tempo passe. E pesarosamente o tempo passa, muda, eu espero, ele nada espera.  Apenas passa, volta, lembranças mostra. Passa tempo, volta tempo. Quanto tempo ainda falta, quanto tempo ainda resta?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sentir.


Há muita coisa inexplicável no mundo. Coisas as quais possuem uma comunhão perfeita e por isso não necessitam de mais nada. De sinônimos, de antônimos, de palavras, símbolos, representação... Não precisam de nada disso. Elas existem e simplesmente sabemos disso, na verdade não sabemos de nada mais além. E é bom, muito bom isso. Essa simplicidade, cumplicidade, harmonia. Eu não preciso fazer nada além de te olhar pra você entender que quero seu abraço, seu carinho, um momento de silêncio nessa paz que você me traz. Toda vez que te vejo sinto uma coisa estranha, como esse montão de coisas sem causa, que não podem ser vistas ou tocadas, apenas sentidas; sinto uma porção de coisas incríveis toda vez que estamos juntos, abraçados. E isso é lindo, tão lindo que não há tempo que mude ou acabe isso. Eu ainda consigo ouvir cada batida do seu coração entrar no compasso descompassado da minha respiração. Eles são a harmonia, a saudade apertada, a vontade de ficar junto. É a nossa comunhão, esse laço disfarçado, essa coisa complicada de tão simples que é. Sentir...

sábado, 16 de outubro de 2010

Roda gigante.


Você faz eu me sentir tão bem, como se nada de ruim tivesse acontecendo. E faz tão pouco tempo... Eu lembro, eu chorava quando te encontrei. Meu coração estava partido e eu não conseguia ver nada. Só as lágrimas...

Mas agora me sinto segura pra sorrir. Será que posso ser feliz de novo? Não sei... Mas você me faz querer tentar. É como em uma roda gigante, eu posso ver o mundo de cima e ele não me parece ser tão ruim. As cores, consigo ver todas elas, cada uma delas. 

Eu vejo as pessoas sorrindo também. Vejo diversão, aventura. Desse ângulo as coisas parecem ser realmente boas. Mas e quando eu estiver em baixo? As coisas serão tão lindas assim? Você vai trazer minhas borboletas de volta? Eu vou querer amar você?

Tantas dúvidas... Mas você me faz querer tentar, mudar esse cenário, inventar uma nova história bem bonita de se contar. Eu não sei, mas o mundo parece girar e agora eu quero você perto de mim. 

Eu não sei, mas acho que estou sorrindo agora. Meus olhos brilham e não são as lágrimas, é alegria. Estou de novo viva. Me dê sua mão. Me deixe sentir o calor adentrar novamente em meu coração. 

Será um conto de fadas? Mostre-me os dragões! Mostre-me que posso ser feliz de novo e dessa vez de verdade. Segure minha mão, me faça flutuar de novo. Me faça descobrir em seus olhos essa nova razão pra viver. 

Eu já me sinto viva, mas meus pés ainda tocam o chão. Espero que nada mude quando eu não estiver mais no topo. Espero que esse não seja só mais um sonho meu. Espero que meu coração bata forte de novo, bata vivo, sem essa dor que o atormenta.

Toque meu rosto. Deixe-me ler sua alma. Deixe-me tentar te fazer feliz também.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Antigas (des)crenças.

Quando ficamos perto e eu fitei seus olhos, me perdi no seu olhar. Comecei a acreditar em uma porção de coisas... Em amor a primeira, segunda e terceira vista, já que me apaixonei por você em todas as vezes que te vi. Acreditei que podia voar, já que mal senti meu pé tocar o chão.

Brotaram inúmeras borboletas em meu estômago, não sei de onde elas surgiram, mas me fizeram sentir calafrios. Acho que comecei até a acreditar em destino, não tem como ser outra coisa. A gente tinha tudo pra ter se perdido um do outro, tínhamos tudo para não estarmos ali. Mas estávamos, não era um sonho. E como valeu a pena ter te esperado...

Feitiço.





Esse seu olhar quando me fita, estremece ate o mais insensivel dos meus estimulos, meu olhar tenta fugir, mas os seus olhos não o deixam escapar; não há como encontrar escapatória para uma coisa assim. Esses seus braços me prendem em um abraço perfeito, e me fazem perder as forças e até a vontade de escapar. Essa sua respiração me envolve e me faz perder toda a noção do logico, do ontem e do hoje; me faz perder o ritmo e entrar no seu ritmo, no seu compasso que me descompassa e me desnorteia. Esse seu sorriso que me tira as bases, os conceitos, me tira os pensamentos e não me deixa pensar em mais nada; me deixa cega, surda e muda para o que não tiver relação a você. Esse seu feitiço que me enfeitiça e me faz querer mais, mais palavras, mais olhares, mais momentos, mais você e eu. E nesse momento dois se torna um, numa matematica perfeita, sem erros, sem espaços, sem falta.


Achei esse perdido no meu outro blog que abandonei há tempos e me deu vontade de postar...

Teu reflexo.


Quando me olho no espelho começo a lembrar daqueles dias de verão há tanto tempo atrás. Aqueles quinze dias apenas. Foi nele que comecei acreditar que mágica existe e com ela, pessoas mágicas. Era o primeiro dia, tinha acabado de chegar de viagem. Depois de arrumar uma série de coisas fui à praia, a casa que eu estava ficava de frente a ela e era onde passaria meus quinze dias de paz.

Eu estava sentada na beira do mar vendo o céu e antes do pôr-do-sol, comecei a caminhar. Caminhava pela praia quando vi um par de pegadas que não me pertenciam. Olhei em volta e um pouco a frente vi alguém sentado na areia fitando o horizonte, tinha cabelos um pouco longos que balançavam com o vento. 

Eu não mais caminhei. Fiquei estagnada olhando aquela cena, o menino e o mar. Passou-se pouco tempo e então você percebeu que eu estava ali e virou para me olhar. Ficamos nos olhando por bastante tempo, eu diria, até que você sorrio e pôs a mão ao seu lado, como se estivesse me chamando para sentar. E eu fui.

Você me disse oi e foi ai que toda a magia começou. Começamos a conversar e parecíamos velhos amigos de infância, eu adorava sua capacidade de me fazer rir. O sol se pôs e eu tive que ir. Você segurou minha mão firme e foi comigo, caminhando até minha casa. Agora não tinha apenas um par de pegadas, eram duas, e como eu gostava disso... Você se despediu me dando um beijo no rosto, eu não queria te dizer tchau.

Mal nos conhecíamos e já fazíamos planos, um deles era de nos encontrarmos cedo, antes do sol nascer, na frente da minha casa. Eu fui, te encontrei. Demos um abraço longo, como duas pessoas que viajaram por muito tempo e só então se viram. Eu gostava disso. Sentamos na areia, eu encostei a cabeça em teu ombro e vimos o sol nascer juntos.

Os dias se passaram rápido, incrivelmente rápido. Em um piscar de olhos já era o décimo quinto dia e eu tinha que ir, eu não queria ir. Era como uma das minhas músicas preferidas de Los Hermanos: eu encontrei quando não quis mais procurar o meu amor. Eu não te procurei e te encontrei, e não queria ter que me despedir.

Tínhamos marcado uma hora para nos despedirmos, naquele lugar onde tínhamos nos conhecido. Eu cheguei e você já estava lá. Era como no primeiro dia, você estava sentado na areia fitando o horizonte, mas dessa vez tinha uma rosa na mão. Você se virou, me viu e foi ao meu encontro. Nos encontramos. 

Eu pulei em teus braços com os olhos marejados. Eu não queria te deixar, tinha muito medo de te perder. Você me disse algumas palavras sussurradas, e entre elas prometeu que me esperaria e então eu fui. 

É incrível como realmente sempre lembro dessa história todas as vezes que acordo e me ponho em frente ao espelho. Não é algo planejado, é que enquanto me olho sempre te vejo refletido ao fundo, dormindo. É lindo, tão lindo. É como se os sonhos se realizassem. 

Você me esperou e eu te roubei pra mim.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Não há tempo que volte.

Essa noite está tão fria, parece pedra de tão solitária, de tão triste. As coisas não estão muito fáceis agora, essa temporada não é a de imensa felicidade. E nessas horas me pergunto a todo instante onde andará você. As cartas não mais chegaram, nem cartões postais, nem telegramas... Nada.

Lembro-me de outros tempos, lembro de suas mãos me acariciando e da sua boca deixando escapar doces sussurros em meu ouvido. Eu me lembro, você estava aqui.

Havia muito sol, muita brisa, muito amor. Não haviam problemas ou dor ou solidão. Eu não era tão confusa, louca, irritante, boba... Assim. Eu apenas sorria e sorria. Eu só tinha certezas... Mas agora restam-me as dúvidas, dívidas com a vida.

Eu fecho os olhos e é como se seus braços ainda estivessem entrelaçados em minha cintura e minha cabeça se mantivesse encostada em seu peito. É como se todas as estrelas brilhassem do mesmo jeito, se todas as constelações estivessem novamente completas.

Ascendência. Descendência. Decadência. Tudo tem ido de mal a pior.

Pra piorar você não está aqui, faz frio e eu estou só; comigo, com meus pensamentos, com o nada. O mais confuso é que não sei mais se quero que você volte, se te aceitaria de volta. Seus olhos em outrora melhoravam os meus, completavam, ampliavam minha visão. Agora estou cega para aquele outro mundo e não sei se vale a pena enxergar novamente.

Sim, sinto sua falta e todas as lembranças me doem. Queria tua companhia, teu olhar, teu amparo. Mas isso não basta, isso não me faz esquecer da sua ausência em todos esses dias. Não faz as folhas do calendário voltarem e com elas o tempo, nosso tempo perdido. 

De tudo, o que mais dói.


Sabe o que mais dói? É saber que quando eu te disser que não, que não te quero mais, que meu sentimento morreu e que, infelizmente, você me perdeu, você não vai fazer nada a respeito. Não vai tentar provar que estou errada, não vai insistir, tentar me coagir. Não vai falar um monte de coisa bonita e pedir um milhão de desculpas; não vai pedir uma segunda chance.

Eu sei, não quero mais você. Mas também não quero que você desista tão facilmente. Quero que me prove que posso estar errada e que você não é tão mal assim, que até que é boa pinta. Quero que você sussurre em meu ouvido diversos 'por favor', 'volta' ou 'não faz isso'. Quero que segure brandamente meu rosto e o acaricie, que fite meus olhos e me deixe muda. Sim, muda. Sem mais argumentos.

Quero que me abrace também, um abraço quente e forte suficientemente para que eu esqueça de todo o resto, esqueça dos problemas, das brigas, das vezes que você foi um completo idiota. Quero que a cada dia você prove o quanto mudou e o quanto eu estava errada. 

Sim, eu vou dizer diversas vezes que não há mais jeito, que acabou mesmo e que não quero mais ouvir uma palavra se quer. Também vou dizer todas as coisas idiotas que você já fez, das incontáveis vezes que te esperei e da minha imensa decepção ao perceber que até um desconhecido me prioriza mais do que você em todo esse tempo.

E tudo isso é a mais pura verdade. Você realmente não merece todo o sentimento que nutri por você. Toda a minha espera. Na verdade você não merece nem um terço disso, não merece nem essa ultima conversa. Mas como queria que eu estivesse errada...

E pra completar você vai fazer tudo errado de novo, mais uma vez. Você depois dessa conversa vai dizer que tudo bem, que me entende e que não vai voltar a me importunar. Que tamanha estupidez. Você não deveria fazer isso... Porque enquanto você estiver indo embora e eu fingindo não me importar, na verdade vou estar pensando em uma única coisa: por que ele me disse adeus?

domingo, 26 de setembro de 2010

Partida.

Há um bom tempo atrás, abristes a porta da frente e fostes embora. Nem se quer se importou comigo, apenas se foi e me deixou aqui, sozinha... E que grande ironia é mesmo a vida! Hoje, quando tenho acabado de fazer as malas e olhado para trás, pela milésima vez com medo de desistir, você volta. Me desarma, me faz pensar. Mas dessa vez não vai ser como das outras, não vou mais esperar. Sabe como é, a janela ficou aberta.

Através dela eu vi um mundo lá fora. Vi carro, pessoas, pássaros... Vi vida! É fácil não querer algo melhor quando não se conhece além, mas eu conheci e não quero mais esse pouco pra mim. Essa mortificação, esse cheiro de mofo e naftalina na minha vida. 

Você voltou igual, aparentemente pelo menos, com as mesma palavras, as mesmas promessas, o mesmo mundo a oferecer e me encontrou assim, tão mudada. Nosso olhos se encontraram e eu não mais te reconheci, não consegui identificar aquele sentimento tão intenso dentro de mim. Não que eu tenha ficado insensível, pelo contrário, te ver aqui de volta mexeu demais comigo e exigiu de mim uma concentração e força de vontade gigantesca.

Mas mudou, ta diferente, menos intenso. Nossos desejos mudaram. Antes era tudo velho com aparência de novo, eram sempre as mesma velhas fotografias nos porta-retratos. Mas agora não, as coisas realmente mudaram. Antes era engraçado, enquanto eu era inverno dentro de ti se fazia verão e quando eu, mesmo que momentaneamente, resolvia ser calor, você vinha e me transformava em frio.

Hoje eu brilho, crio, me reinvento. Sou verão, inverno, outono, primavera. Tudo junto. Sou quente e gélida ao mesmo tempo. Você era meu tudo e hoje se tornou tão pouco... Chega a doer ver esse teu rosto pasmo ao me olhar firme com as malas na mão, ao ver que dessa vez eu vou embora de vez. Que mesmo que você se ajoelhe, sabe que não vai mudar minha decisão.

Eu esperei muito tempo por algo tão pequeno, agora sou grande demais pra me guardar em mim mesma. Sinto necessidade de doar um pouco de mim para o mundo. Em buscar, encontrar coisas novas. Novas borboletas, novos braços, novos olhos... Um novo alguém bem diferente de você.

Acho que não precisarei falar todo o discurso que preparei pra te dizer em todo esse tempo. Acho que esse nosso breve olhar já disse bem mais do que eu previa. Então, quer entrar? Pode ficar a vontade... Que eu já estou de partida.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Não vá embora.


Eu sei que as vezes sou louca, me irrito fácil, me magoou fácil e te mando embora mais fácil ainda. Sei que muitas vezes não sou nada fácil de lidar. E que, tem horas, que pareço estar em tpm constantemente, pela carência, pela chateação, por perguntar a cada minuto se você realmente sente tudo que diz sentir por mim. Sei que muitas vezes sou um pé no saco e que você se irrita comigo, até mesmo quando não diz nada, apenas abre um sorriso e acaricia meus cabelos. Mas sabe… Não é por mal. É que já vi tantas pessoas indo embora e me deixando aqui, tantas pessoas sumirem ao saber o que sinto, que tenho medo que você se vá e me deixe também. E eu não quero mais ver ninguém indo embora… Principalmente se esse alguém for você.

domingo, 29 de agosto de 2010

Passos.


    Os olhos cansados, meio avermelhados, doem de tanto tentarem se manter alertas. As pálpebras quase caem, os olhos quase se fecham, mas o barulho de pés andando pela casa não me deixam dormir. As lembranças passam como um filme nas paredes da sala, com a luz da lua refletindo pela janela. Enigmática, Hipnótica. Os olhos ficam de novo abertos, na espreita, esperando mais pistas, mais rastros, registros para poder te encontrar.
    Mais uma noite vai se passando, lenta, pesarosa, e você não chega, não volta. Todos os sentidos se misturam, se invertem, se inventam. As cores pintam as notas músicas que saem do velho piano no canto da sala. Ele agora toca aquela velha melodia que nos embalava e encantava, a mesma que você cantava para mim no pé do ouvindo, como uma canção de ninar que me fazia dormir. Feliz, quente, segura, nos braços teus.
    Hoje só resta o sofá, a noite fria, a luz da lua, o piano, as cores, o teatro, o drama, a minha espera. Hoje as horas só passam, eu canso, desanimo. Mas a melodia volta, o sol se põe, a lua ilumina a sala, os pés andam, o espetáculo começa e tudo volta de novo. E agora, de novo.

sábado, 31 de julho de 2010

Lamparinas.

Se quando, novamente, você olhar bem no fundo dos meus olhos, ao ponto de ver minha alma, não encontrar toda a minha paixão, todo aquele amor divino presentes em mim, não se espante. Não me perguntes o que terá acontecido para que tenha se apagado esse brilho que meus olhos tinham por você, e que como as estrelas mortas, terem virado buracos negros. Não me culpe se eles não mais refletirem o céu, nem as constelações, nem todo aquele nosso universo particular. Pois se isso acontecer não terá sido por minha culpa... Eu ascendo as lamparinas, mas é de sua responsabilidade mantê-las acesas.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Silêncio.


Houve silêncio... Daqueles ensurdecedores, que incomodam, que prendem seu grito na garganta e a deixa engasgada, daqueles onde tudo fica abafado demais, e por isso chove... Esse silêncio que sempre vêm após uma noticia ruim, depois de passar um vendaval e nele você ver tudo se ir, tudo caindo, teto sobre o chão. Você disse com palavras curtas, leves, simples. Não parecia algo importante ao seu ver, pelo menos não importante o suficiente para que eu me importasse... Foi exatamente assim: palavras, vento, vendaval, folhas voando, teto caindo, silêncio e chuva. Você não entendia o porque de tanta chuva, de tanto caos. E eu, como sempre, me deixei ficar muda, por esse silêncio, não conseguir dizer com palavras o quanto queria você, o quanto precisava de você aqui, o quanto não queria que você fosse embora... Você me olhava como quem tenta desvendar um grande mistério, e eu gritava por dentro, a cada batida do meu coração, todas aquelas coisas que nunca pensei que precisaria te dizer.

Desordem.



Quando eu acordei tudo estava diferente, a luz que adentrava em meu quarto, pela brecha da janela, estava opaca, meio esbranquiçada, e as flores que tinha deixado em um pote com água haviam sumido. Tomei um susto, mas logo me acostumei com o novo cenário. Você já não estava aqui... Acho que foi embora assim que acordei e meu sonho acabou, não me esperou nem pra da meu beijo de bom dia, não tocou nossa velha canção na antiga vitrola... Simplesmente se foi e deixou tudo assim, nessa desordem. Cartas pelo chão, flores fora do vaso, com minha vida fez um descaso e meu amor deixou pendurado no varal. 

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Reencontro.


E que o vento leve, para ti meu benzinho, todas essas coisas lindas de se ouvir, todas essas belezas não quantificáveis do mundo, tudo do bom e do melhor. Que ele te faça lembrar dos tempos mais remotos, quando passávamos nosso tempo aqui, juntos, nesse espaço de tempo interminável. Eu costumava a ser o sol, desse girassol na íris do teu olhar, que me encantava, com seu brilho de mil diamantes. Espero que todos os nossos próximos reencontros sejam como o ultimo, com abraços apertados e beijos apaixonados... Aquele nosso velho amor inventado. E amanhã talvez seja o dia, o próximo dia do nosso calendário, só espero estar certa. Espero não me perder de uma só vez nesse seu sorriso ou no fundo desses olhos teus.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Canto de sereia.



Queria que pudesse escutar cada batida do meu coração, cada suspiro e cada desejo meu silenciado. Queria que soubesse todas aquelas coisas que eu nunca tenho coragem de te dizer... Talvez por medo ou talvez por saber que isso é de total indiferença sua.  Queria que a todo tempo sobrasse um pouco do teu tempo para mim... E que tua voz cantasse suavemente a bela melodia que tenho feito todos esses dias em que tua ausência foi minha maior companhia, em que todo passa-tempo era tudo que tive pra me perder de você. E agora tudo que eu mais queria era que meu sussurro fosse como canto de sereia e que te trouxesse pra mim, pro meu aconchego, pra minha vida. Pois o ar ta meio pesado, quase irrespirável, sem você aqui.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Vermelho-Amor.

 
Ele encontrou Ela, da mesma forma que Ela o encontrou. Não foi nada combinado, certas coisas são mesmo para acontecer; bastou apenas estarem no lugar certo e na hora certa, nada mais. Mal perceberam que começavam a eclodir os fogos de artifício no céu, já era a hora, e eles nem sabiam. Certo dia, no meio de seu jardim, nasceu uma rosa, bem vermelha da cor de sangue. Ela era tão linda e perfumada que eles a nomearam de Amor. Amor era sempre regada com carinho, eles cuidavam dela como se fosse o que há de mais precioso. Bem, ela realmente era o eu tinham de mais valioso. Um dia Ele precisou viajar e a deixou cuidado de Amor.  Após alguns dias Ela percebeu que Amor começou a murchar aos poucos, não sabia o porquê. Talvez porque por vezes era aguada demais, por vezes de menos e algumas vezes na medida, mas só algumas vezes. Suas pétalas começaram a cair, dia após dia, e ela não sabia o que fazer. Amor estava morrendo e nada do que fizesse iria fazer o processo reverter. Tentou usar adubo, água de todas as fontes, pesticidas naturais... De tudo! Mas nada parecia adiantar. Ele telefonou, pois estava com saudades dela e preocupado com Amor. Ela não conseguiu dizer o que acontecia... Sabe quando algo é muito difícil de se dizer, tão difícil que a língua enrola na boca e as palavras saem todas embaralhadas, com as letras tropeçando umas com as outras? Foi o que aconteceu com Ela, ficou muda por não saber o que falar, e como sempre, falou apenas que estava tudo bem, que estava tudo certo. Ele sentiu insegurança nela, mas Ela se manteve firme no que disse. Ele acabou acreditando e desligou. Ela o manteve o mais distante que pôde, não queria magoá-lo, não queria que ele soubesse que Amor estava padecendo aos poucos e que, infelizmente, estava com os dias contados. Ela sabia que nada ia adiantar, que simplesmente aconteceu, talvez porque tinha que acontecer; da mesma forma que eles se encontraram porque tinham que se encontrar. Certas coisas simplesmente acontecem e não há culpados.  Não foi culpa dela que Amor morreu, nem dele, nem de ninguém. Agora já esta bem tarde e Ele já esta voltando para casa com um adubo novo, chamado boa esperança, para Amor que terminara de padecer.

sábado, 10 de julho de 2010

The lady in white.


Em um Baile, era onde estava... Daqueles de máscaras e fantasias, daqueles que ninguém é o que aparenta, são apenas máscaras... Ela não estava no centro do salão, como as demais moças e seus pares, dançando, bailando, aquela velha valsa que tanto ouvira. Não, ela estava no jardim, olhando tudo aquilo de fora, por aquela vidraça de mosaico, não via as formas bem definidas, mas via vultos se movimentando, pessoas dançando. Por um instante ela parou de olhar, agora ela estava sentada a beira de um pequeno chafariz, vendo a linda lua no espelho d'água. Ela e a lua, refletidas, as duas damas de branco daquela noite, de máscaras, de dança, de escuro... Elas não, elas eram clarões, a lua com as estrelas e ela com sua mascara branca e seu vestido perolado. Por um instante ela não viu mais nada, não ouviu mais nada, além do barulho dos grilos, e do seu reflexo ao lado do da lua. O baile da natureza. O vento começou a soprar, ela sentiu-se puxada e ficou de pé. Não estava assustada, como os olhares curiosos vindos de dentro do salão, do outro lado da vidraça. Ela agora dançava, ria e encantava, encontrou seu par, o vento frio da noite, o vento frio que a fez ficar em pé e que a guiou pela valsa lenta da noite. Agora não se via mais nada, apenas o pequeno espelho d'água que refletia a dama de branco, com a vida, dançar.

domingo, 27 de junho de 2010

Parallelepipeds.

Andava por essas ruas - sempre as mesmas ruas, sem muitas cores, sem muitos amores. Andava por andar, sem ver de certo para onde estava indo. Entre uma rua e outra era como se tivesse viajado para outros países, outros mundos; os pés andavam mecanicamente, enquanto a mente voava longe no céu. Em um fim de tarde, quando o sol - que parecia uma gema de ovo - se esvaia pelo céu, sentou-se em um banco qualquer de uma praça e o frio, cada vez mais forte, vinha de fora para dentro, de dentro para fora, numa sincronia ensurdecedora. Não sentira antes, mas era como se alguma coisa faltasse ou não se encaixasse direito. Não sabia se eram as cores, os amores, os sons ou os aromas que não mais sentia, ou se eram as formas que não mais se via, não tinha como saber. Contentou-se a continuar a andar, sem direção alguma, pelas mesmas ruas. Agora um pouco mais leve, não porque estava mais tranquilo já que essa falta inquietava seus pensamentos, mas porque agora havia um espaço vazio, como um dos paralelepípedos, que encarava pelas ruas. 

sábado, 12 de junho de 2010

O mesmo perfume de jasmin.



Acordei com um sorriso no rosto e com os olhos ainda fechados, fazia tanto tempo que não me sentia tão bem, tão leve. O quarto estava bem perfumado e não tinha como não sentir o aroma dos jasmins, que cheiro bom...  Abri os olhos e vi que você estava aqui, do meu lado, acariciando meus cabelos e olhando fixamente meu rosto. Bocejei, espreguicei, e só então encontrei seu olhar. Um olhar tão penetrante, tão hipnotizante, eu não conseguia desviar meus olhos dos seus.

O dia estava tão lindo... O céu azul, passarinhos a cantar... Há dias que só chove, chove e chove. A chuva se foi e deixou pra trás um lindo arco-íres, igual às multicores dos teus olhos nos meus. Era estranho... No mesmo momento o tempo voava e parava...  Tão infinito, tão especial... Como ver um pôr-do-sol a beira mar. Você como sempre tão bobo meu bem... Me abraçando, me amando e desejando que esse momento nunca acabasse, eu não te falei, mas era isso que eu desejava fervorosamente em meus pensamentos.

Horas e horas se passaram, e nós continuávamos ali, abraçados, olhando um para o outro. Agora só se ouvia o tic-tac do relógio e, por incrível que possa parecer, o silêncio não incomodava, já que não precisavam palavras, conversávamos pelo olhar.  Eu sabia o que você queria e eu queria o mesmo, você não sabe o quanto.

Mais alguns tic-tacs e você começou a ficar distante, distante... E eu não conseguia me mover, apenas ver você se indo até sumir. Que desespero, que aflição. Segundos depois acordo assustada com o sol no rosto e com o despertador tocando aquela velha música que me lembra tanto você.  Depois do susto percebo que "Foi apenas um sonho, o mais feliz de todos." Pensei comigo mesma enquanto me sentava e olhava distraidamente pela janela. Estranho... Mas ainda posso sentir o aroma dos jasmins.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Perhaps.


É... Talvez eu goste de ficar falando besteira contigo, talvez seu sorriso seja o único que eu gosto e seu abraço o único que realmente me aquece. Talvez o dia  fique com cores quando você esta perto, talvez o cinza saia e os passarinhos cantem.  Talvez você seja aquarela e eu pincel, e talvez com você as coisas sejam mais vivas, mais alegres. Talvez eu goste quando você me irrita, e goste da sua risada ao me ver vermelha. Talvez eu goste da sua cantoria ao pé do ouvindo, e desse seu jeito que não ta nem ai pra nada. Talvez eu precise de você, e talvez eu realmente queira que o pra sempre exista, mas só se você fosse o meu para sempre. Talvez eu fique verdadeiramente triste quando não te vejo e talvez eu sempre te espere voltar. Talvez você tenha feito um acordo com meu relógio, pra ele parar de funcionar.  Talvez eu não queira lembrar de você a cada minuto, e pense ainda mais a cada segundo. Talvez você seja minha confusão mais linda, a única pessoa que me faz sorrir de verdade. Talvez você seja a minha ilusão mais real, a única que eu ainda insisto em acreditar. É... Talvez, mas só talvez, eu te ame mesmo, e talvez seja isso o que me faz viver.

terça-feira, 11 de maio de 2010

My little lighthouse.


Então venha aqui e pegue minha mão, vamos dar rodopios no vento e sorrir como se nada mais importasse. Vamos ser rei e rainha do nosso próprio reino, com um forte de areia para protegê-lo.

Seremos felizes assim, como na terra do nunca, onde tudo é mais real. Venha, me dê à mão. Confie em mim. Sou tua amiga, tua rainha. Vamos renascer todo dia com cada pôr-do-sol e dormir com a sinfonia da noite. O mundo pode ser perfeito se quisermos.

Acho que preciso de você agora, como o ar que respiro, então não me deixe asfixiar. Seja o rei desse meu reino de magia, seja meu pôr-do-sol mais bonito, meu compasso das ondas. Estou contando com você, venha ser meu par.

Porque esse ímpar não ta sendo mais tão feliz, ele é frio; venha ser meu calor que eu te ensino a dançar e assim navegaremos nesse infinito mar, deixe esse seu sorriso ser nosso farol. Só basta você me dar a mão, mas não estale os dedos que é pra esse sonho não acabar.

domingo, 9 de maio de 2010

Memories.


Hoje a saudade me visitou e trouxe consigo varias lembranças: fotos, flores, bilhetes, todo o nosso antigo universo. O que mais me abalou foi seu cheiro, ele se manteve intacto nas lembranças; me envolveu, me embriagou... Era como se você ainda estivesse aqui me abraçando, beijando meu pescoço e sussurrando as mesmas besteiras de sempre. 

De repente eu estava de novo na nossa casinha de lençol abraçada contigo, sentindo teu cheiro e tentando me aquecer do frio depois da nossa guerra de balões d’água. De repente eu estava ali naquela praça, vendo o pôr-do-sol, enquanto você puxava meu rosto delicadamente e me beijava, pela primeira vez.

Eu só queria mais uma valsa, mais um dia ou mais algumas horas com você. Eu só queria poder te dizer todas aquelas coisas que guardei pra mim, que tentei te falar apenas com meu olhar e que, infelizmente, não sei se você entendeu. Eu só queria ter você novamente sem que no minuto seguinte percebesse que foi tudo mais uma peça da saudade.

Eu só queria você ainda precisasse de mim, da mesma forma que ainda preciso de você. Eu não mudei as chaves das portas e a janela continua aberta; eu ainda espero por você, ainda guardo seu lugar na minha vida, mesmo sabendo que você não vai voltar.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Undirected.


Ela tirou seus sapatos, com eles não mais podia ficar; juntamente das meias e de um velho colar. Eles lhe traziam lembranças as quais ela não queria se lembrar... E assim seguiu a estrada: sem sapatos, meias, colar ou lembranças.

Ela estava aqui, estava ali, em todo lugar. Alimentava seu coração com o vento frio e queimava velhas cartas para aquecer-lhes as mãos. Não sabia ao certo onde estava indo, mas não estava perdida; não estava mais perdida em si.

Ela ainda caminha, sem ter morada fixa; não sabe o que quer, mas sabe bem o que não quer. Não quer mais aquele sentimento que certa vez a deixou perdida, sem uma bússola, sem direção. O vento frio que alimentava o seu coração a deixou fria, porém encontrada; nesse seu mundo sem eira nem beira. Agora ela também é escuridão.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Frio.

O gelo vem e me invade,
com cara de quem quer ficar;
às vezes isso me incomoda,
mas já não me importo mais.

Apenas hoje.

 Como podemos estar tão distantes...
se apenas metros nos separam
como podemos estar tão icomunicáveis
com todos os meios de comunicação

Como eu posso estar tão fria
nesse verão que grita
e como eu posso não me importar
se ainda penso em te encontrar

Porque esses dias tem sido preto e branco
monocromáticos... sem graça
e hoje com esse céu que chora
sinto meu coração chorar também

Hoje e apenas hoje
queria ter alguém para poder ficar abraçada
acho que meu ursinho já cansou de mim
e eu já cansei de me sentir assim.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Pra quê?

Há um tempo atrás, roubaste meu coração e em troca me deste o 'dom' de escrever. Bem, de inicio eu achava a troca muito justa. Quão iludida eu estava... Pensei "ele quer meu coração e vai cuidar bem dele", eu realmente não sabia que você não é e nunca foi homem suficiente para ter algo tão valioso assim.

Nos primeiros dias regaste meu coração com doces ilusões, com palavras bonitas e com promessas para um futuro em que permaneceríamos juntos. Meu coração se sentia feliz e então senti vontade de usar esse tal dom de escrever que me destes, não precisou de muito para que eu me apaixonasse por ele.

Escrevia as coisas mais lindas e amáveis para você, e se quer pensava em cansar. Escrevia por prazer, por amor. Sim, eu amava você. Mas você acorrentou meu coração e o jogou em um rio, nem se quer se importou com os gritos sufocados dele, nem se quer olhou para trás ou pensou em mudar de idéia. Você se mostrou o homem de gelo, a indiferença em pessoa... E eu continuei a escrever.

Eu não entendi por que você fez aquilo, porque matou todas as promessas... Meus textos continuaram lindos, dizem que pra ser um bom poeta só basta ser triste... Eu me sentia uma poetiza nata, já que mais triste não tinha como ficar. Eu te amei e te esperei, em cada entrelinha de cada rabisco que eu fiz; respirar doía, tudo em mim doía, sua ausência quase me matou. Mas aos poucos meu sentimento foi morrendo, e com ele foi morrendo também uma parte de mim. Fiquei fria, sem amor; já estava sem coração mesmo, não fazia diferença. A única coisa que eu amava era o dom que você me deu. 

Finalmente chegou a hora em que o meu sentimento por você morreu de uma vez, você foi embora de mim. Feliz? Teria sido, se você não tivesse levando consigo esse meu único amor; você matou meu coração, meus sentimentos e, como se não bastasse, levou consigo a única coisa boa que você realmente me deu, meu dom de escrever. E agora eu te pergunto, pra quê?

-

Tava limpando minha pasta, encontrei esse velho texto e me deu vontade de postar; ele faz parte de uma série de coisas as quais não vou esquecer. Enfim ;*

sábado, 1 de maio de 2010

Amor à moda antiga.

 O amor de antigamente é tão bonito... Não se precisava de muito para amar, não era necessário outdoors ou grandes feitos para provar que realmente se amava, amar era simplesmente amar. Era um amor mais inocente, com mais respeito; um amor de olhares, de pegar na mão. Não se via grandes dramas ou dr's constantes; o amor não era tão mal inventado como o de hoje. Promessas eram cumpridas, pois a palavra era lei. O impossível quase não existia, com o tempo, espera e confiança tudo era possível. Quantos casais de antigamente sobreviveram a grandes problemas? A guerras, distância, falta de comunicação, solidão... A saudade chegava a aumentar o sentimento e as cartas o alimentavam. Não é como hoje que uma hora sem noticias já é motivo de briga, de desgastes. Hoje a palavra perdeu grande parte do seu valor... Promessas são quebradas, esperanças, confiança e expectativas também. O pra sempre, sempre acaba, mas nem sempre foi assim. Por isso que quando olho pros meus avos e escuto velhas histórias dos seus tempos de mocidade é que vejo que não se ama mais como antigamente. Aquilo sim que era amor...

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Café amargo.

Deito na cama e olho as estrelas fixadas no teto do meu quarto, já cansei de contar carneirinhos, já desisti de dormir. Meu pensamento fixou-se na acidez que esta em todo canto que olho... Nas paredes, no ar, até mesmo nas estrelas. Procuro uma distração e vou olhar a rua pela janela, fico triste ao ver que a noite está tão amarga quanto café puro. Só então percebo que entendi errado; suspiro longo e pesaroso.

- Não é a noite, sou eu.

Meus olhos pesam, meu corpo esta dormente, mas ainda assim não consigo dormir... Não com toda essa amargura. Me arrasto até a cozinha à procura de algo doce, açúcar para a noite, para meu corpo que agora é uma xícara de café amargo. Uma pitada de amor era o suficiente para adoçar, para eu conseguir dormir. Apenas uma pitada... Mas o pote está vazio, o amor acabou.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Barulho.

Siga o barulho dos meus pés descalços, pelas escadas a descer. Siga o barulho descompassado do meu coração, que não sabe se para ou se continuar a bater. Mas não se deixe distrair pelo barulho da chuva que cai nesse teto sem lar ou pelo barulho que o vento forte faz nas janelas abertas, continue seguindo os rastros que te deixo, no meu barulho, no meu grunhido. Lá fora está muito claro, enquanto em mim é escuridão; ando as cegas por ai, a procura das suas mãos. Sinta o quente das lágrimas que derramo ou da minha silenciosa respiração. Perceba que eu estou aqui, mesmo que seja na contramão. Perceba que te quero aqui e que quero os seus rastros juntamente com os meus, nesse chão de giz. Me sinta como se ainda existisse um pedacinho de mim, nesse seu coração fechado, que nada fala, que nada sente.