quarta-feira, 28 de abril de 2010

Barulho.

Siga o barulho dos meus pés descalços, pelas escadas a descer. Siga o barulho descompassado do meu coração, que não sabe se para ou se continuar a bater. Mas não se deixe distrair pelo barulho da chuva que cai nesse teto sem lar ou pelo barulho que o vento forte faz nas janelas abertas, continue seguindo os rastros que te deixo, no meu barulho, no meu grunhido. Lá fora está muito claro, enquanto em mim é escuridão; ando as cegas por ai, a procura das suas mãos. Sinta o quente das lágrimas que derramo ou da minha silenciosa respiração. Perceba que eu estou aqui, mesmo que seja na contramão. Perceba que te quero aqui e que quero os seus rastros juntamente com os meus, nesse chão de giz. Me sinta como se ainda existisse um pedacinho de mim, nesse seu coração fechado, que nada fala, que nada sente.

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