terça-feira, 13 de julho de 2010

Vermelho-Amor.

 
Ele encontrou Ela, da mesma forma que Ela o encontrou. Não foi nada combinado, certas coisas são mesmo para acontecer; bastou apenas estarem no lugar certo e na hora certa, nada mais. Mal perceberam que começavam a eclodir os fogos de artifício no céu, já era a hora, e eles nem sabiam. Certo dia, no meio de seu jardim, nasceu uma rosa, bem vermelha da cor de sangue. Ela era tão linda e perfumada que eles a nomearam de Amor. Amor era sempre regada com carinho, eles cuidavam dela como se fosse o que há de mais precioso. Bem, ela realmente era o eu tinham de mais valioso. Um dia Ele precisou viajar e a deixou cuidado de Amor.  Após alguns dias Ela percebeu que Amor começou a murchar aos poucos, não sabia o porquê. Talvez porque por vezes era aguada demais, por vezes de menos e algumas vezes na medida, mas só algumas vezes. Suas pétalas começaram a cair, dia após dia, e ela não sabia o que fazer. Amor estava morrendo e nada do que fizesse iria fazer o processo reverter. Tentou usar adubo, água de todas as fontes, pesticidas naturais... De tudo! Mas nada parecia adiantar. Ele telefonou, pois estava com saudades dela e preocupado com Amor. Ela não conseguiu dizer o que acontecia... Sabe quando algo é muito difícil de se dizer, tão difícil que a língua enrola na boca e as palavras saem todas embaralhadas, com as letras tropeçando umas com as outras? Foi o que aconteceu com Ela, ficou muda por não saber o que falar, e como sempre, falou apenas que estava tudo bem, que estava tudo certo. Ele sentiu insegurança nela, mas Ela se manteve firme no que disse. Ele acabou acreditando e desligou. Ela o manteve o mais distante que pôde, não queria magoá-lo, não queria que ele soubesse que Amor estava padecendo aos poucos e que, infelizmente, estava com os dias contados. Ela sabia que nada ia adiantar, que simplesmente aconteceu, talvez porque tinha que acontecer; da mesma forma que eles se encontraram porque tinham que se encontrar. Certas coisas simplesmente acontecem e não há culpados.  Não foi culpa dela que Amor morreu, nem dele, nem de ninguém. Agora já esta bem tarde e Ele já esta voltando para casa com um adubo novo, chamado boa esperança, para Amor que terminara de padecer.

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