Você diz que vê além, que consegue enxergar muito além do que muitas pessoas, mas, apesar disso, não conseguiu enxergar além dos fatos postos, além do que se foi dito e por vezes silenciado. Ou vai ver conseguiu, quem sabe. Isso é triste, sabe? Triste e ao mesmo tempo cômico, pois vira uma guerra sem sentido. Vira uma guerra onde não há guerra. Motivos são apenas fatores, fatores que compõem algo tão maior, que dizer respeito a tantas outras coisas. Não resuma tudo a uma pequinês sem tamanho.
Às vezes as pessoas tomam um rumo diferente e nem notam. Vão mudando sutilmente ao passar do tempo que só depois de muito tempo que se percebe. Pensamentos, formas de agir, jeito, gostos... Tudo vai mudando. E como sempre nós mudamos. Mas essa vez foi diferente das outras, dessa vez começamos a caminhar em estradas paralelas, afastadas, que não se cruzavam.
Eu não conseguia mais te reconhecer, reconhecer aquela pessoa que tanto conhecia em uma outra pessoa totalmente mudada. Certo e errado são termos tão relativos, tão passiveis de interpretações, que não vou ficar dizendo que alguma de nós ta certa e a outra errada. Há divergências no que é pra mim e no que é pra você, digamos assim. E chega uma hora que você tem que decidir se anda pra frente, por outros caminhos, outras ruas, ou se persiste à passos lentos no mesmo caminho em rumo a nada. Eu escolhi partir. Você pode me criticar por isso se quiser.
Mas acredito que ninguém é obrigado a nada nessa vida. Ninguém é obrigado a aturar, a compartilhar, a concordar com jeito, defeitos, bagagem,... de ninguém por simples fato de tempo, tempo de amizade, tempo de compromisso. Caminha junto quem vê que realmente quer, quem vê no outro um espelho de si, no sentido de semelhança, não de igualdade plena. Fica junto quem acha que deve ficar junto. E quando não acha, ou deixa de achar, tem mais é que partir mesmo. Você me disse uma vez para eu não me acostumar com o que me faz mal ou que não me faz mais bem. Foi um ótimo conselho, aliás. Então eu parti, não vi mais motivos pra ficar. Parti e não volto, por mais que as lembranças de vez em quando batam na porta e deixem bilhetes.
domingo, 4 de setembro de 2011
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Alguém mágico.
Hoje senti algo como cheiro de chuva, algo bom, algo que me fez acreditar em magia de novo, em pessoas mágicas. Hoje eu até esqueci que estava triste. Foi como se as coisas ruins no meu mundo deixassem de existir.
É incrível como sempre que você não está muito bem aparece alguém que te faz acreditar que, afinal, as coisas são boas, simples, felizes. Um alguém de beleza ímpar. Um alguém mágico.
Não é de coelhos saindo de cartolas que tou falando, não é esse tipo de mágica. É uma mágica incrível que faz com que risos sinceros brotem aos montes não só na boca, mas nos olhos também. É uma mágica de apaziguar, de divertir, de trazer paz, da interior, da rara.
É tão, mas tão mágico que é como se o tempo nem tivesse passado. É como se meses tivessem sido dias, horas. É como se, de repente, tudo voltasse. E voltou. Os risos, os planos, as músicas, as conversas bestas, os incentivos, as histórias... Você voltou. Voltou como se nunca tivesse ido. Voltou como se nunca mais fosse embora de novo.
Voltou e me mostrou que mágica existe.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Quem sabe?
Não é nada grave, nada que remédios resolvam. Eu não preciso de tratamento e acho que nem de conselhos. Como pedir conselhos sobre algo que se desconhece?
Acho que só preciso de tempo. Pensamentos. Calma. Música. Uma xícara de chá.
Acho que só preciso de um abraço, longo, quente, amigo. Acho que só preciso ver pessoas que querem ficar, que fiquem, que venham.
Acho que só preciso de bons filmes, bons risos, bons momentos.
Acho que só preciso de menos dramas feitos por mim. Mais simplicidade. Mais vida. Mais sentimentos leves.
De um amor inventado. De qualquer coisa bonita. Arco-íris. Ou de uma boa noite de sono. Quem sabe?
Enquanto isso vou tentando sorrir e esquecer das coisas tristes. Vou tentando, aos trancos e barrancos, ficar feliz.
sábado, 13 de agosto de 2011
Como uma oração.
Que a vontade de ficar não vá embora. Que o brilho dos olhos não se perca, nem o aconchego do abraço sincero. Que não vire feio, borrado, triste, aquilo que existe de tão bonito. Que o querer estar junto, permaneça. E os sorrisos alegres também.
Que não suma a beleza do mundo, nem a beleza que existe dentro de mim. Que eu não me perca em mim, de um jeito triste. Que junto de algumas poucas lágrimas que caem do meu rosto, vá embora também todo sentimento ruim, toda a desilusão, toda a amargura.
Que o amanhã seja repleto de bons fluidos, bons desejos, bons recomeços. De uma esperança renovada. Que minha crença nas pessoas volte. E também minha vontade do novo. Minha vontade do tudo. Do mundo. Que eu volte a sentir sem medo e sinta que isso vale a pena. Que tudo continue mudando, pois é natural que sempre ajam mudanças. Mas que, por favor, dessa vez mude pra melhor.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Em meus sorrisos, você.
Meus olhos te fitam, nos olhamos, o tempo para, voa, se esvai entre nossos dedos, entrelaçados, juntos, corações acelerados, abraços apertados, corpos quentes, sorrisos nos rostos, pensamentos soltos, desejo de não sair, de não ir embora. Tivemos dias de chuva, dias de sol... E eu só me lembro de ter sorrido, sorrido muito e de ter te abraçado. Lembro de quase quedas também, quase despedidas, quase brigas, quase momentos sem saudades. Você inspira poesia, lindos versos escondidos nos cantos da minha boca. Você inspira vontades; de tentar, de querer, de sentir. Acho que tou voltando a sentir por sua causa, sabia? Uma coisa boa, feliz, quente. Nessa verdadeira embriaguez de sorrisos e overdose de abraços teus.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Uma dose.
Mais uma dose e eu ainda te vejo longe. Outra dose dessa noite fatigada, desses sonhos adiados, dessas verdades escondidas. Outra dose de olhares confidenciados, de cartas sem remetentes, desse meu amor pra te dar. Queria saber o que se passa na tua mente querido, apenas isso. Queria poder enxergar reciprocidade nos teus olhos. Na verdade queria poder mergulhar neles em uma viagem alucinante.
Todos estão dançando, cada um com seu par. E eu estou aqui com essa minha dose, meia cheia meia vazia, nas mãos, com essa minha dose de você. Você apenas me olha de longe como se estivesse tramando algo. Mas darling, eu só quero a verdade e não me preocupo se vá doer.
Na verdade eu quero você, me quero em você; nos teus olhos, na tua boca, na falha da tua respiração. Quero ser o ar que adentra teus pulmões sem pedir licença, sem se incomodar, sem te incomodar. Só quero que você me queria ai, contigo, onde eu quero estar.
Todos estão dançando, cada um com seu par. E eu estou aqui com essa minha dose, meia cheia meia vazia, nas mãos, com essa minha dose de você. Você apenas me olha de longe como se estivesse tramando algo. Mas darling, eu só quero a verdade e não me preocupo se vá doer.
Na verdade eu quero você, me quero em você; nos teus olhos, na tua boca, na falha da tua respiração. Quero ser o ar que adentra teus pulmões sem pedir licença, sem se incomodar, sem te incomodar. Só quero que você me queria ai, contigo, onde eu quero estar.
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Estações.
"Mudaram as estações, nada mudou, mas eu sei que alguma coisa aconteceu, ta tudo assim tão diferente".- Renato Russo
Coisas recíprocas, você dizia, são coisas muito raras de se encontrar. E sim, você estava coberto de razão.
Primavera
Duas pessoas sentadas em praça com o sol ao longe querendo ir embora, e diferente do sol eles não queriam ir. Duas pessoas que se bastavam de tal forma que nem notavam a existência das outras ao seu redor. Era um final de tarde e estavam no meio de mais uma daquelas conversas intermináveis, aquelas com cara de que iam durar sempre, aquelas que eles queriam que durasse.
Eles se olhavam e a cada olhar era como se a certeza de que eles foram mesmo feitos para estarem juntos aumentava. Era como se eles estivessem perdidos e então tivessem se encontrado um no outro. "Uma boa peça do destino" ela dizia e os dois sorriam.
Ela dizia bobagens românticas, e ele dizia ficar feliz em ouvi-las, ela sorrindo - feito alguém que nunca viu dor, pura de alma e de lágrimas, porque ele o fazia se sentir assim - dizia estar feliz por te-lo deixado feliz. Círculo vicioso de felicidade, nem eles acreditavam.
Era algo assim, bem bonito de se ver. Ele sempre dizia o quanto queria que tudo o que ele sentia fosse recíproco. E era. Todas essas coisas bonitas eram recíprocas, bem, pelo menos era o que ela pensava.
Outono
A primavera se foi e em seu lugar veio o outono com sua beleza deslumbrante e ao mesmo tempo triste. O tempo em que eles saiam entre as árvores, rindo, brincando, fazendo planos para o futuro em meio das tantas conversas intermináveis estava se passando ao ritmo da mudança das estações. Estavam distantes, ela sentia. Na verdade todos sentiam.
Ela tentava prolongar a conversa a todo custo, não só a conversa mas os abraços, os carinhos, as palavras bonitas também. Se agarrava a uma esperança infantil de que pudesse durar, durar mais, durar sempre. Mas assim como as folhas amareladas das árvores começavam a cair sem que ninguém pudesse impedir, as coisas mudavam, devagar em um silêncio cada vez mais doloroso, mudavam.
Talvez se ele notasse, talvez se ela dissesse, talvez se fugissem pra um lugar qualquer onde só houvessem flores vivas. As músicas silenciaram, os poemas, os planos, os textos, amarelaram com as folhas. Ela tentou impedir, mas como impedir que as folhas caiam? Como impedir que mudem? Antes haviam sorrisos, abraços, olhares, e um sol dourado que insistia em lembrar que tudo findava.
Agora umas folhas secas, um frio sem um abraço que o aliviasse, e uma nuvem cinza combinada ao silêncio . Ela lembrou então do sol de outros dias, soube então agora que findava, não importa o quanto se tentasse impedir, acabava. A primeira passou muito rápido, ela concluiu por fim.
Inverno
Ela tentou, esperou, mas a medida que a temperatura ia baixando o sentimento também. A neve caia por fora, mas não havia casaco que amenizasse o frio de dentro. Um abraço quem sabe, um sorriso talvez, não vieram, e o frio continuou.
Não era mais possível voltar atrás, as folhas já tinham partido, não havia mais vestígio do sol e o céu não tinha estrelas. Mesmo assim ela ficou, continuou falando não sendo ouvida, o frio lhe cortando por dentro, por fora, e ela ali, esperando o abraço dele. Nada fazia que as coisas fossem recíprocas novamente.
Então, em mais um fim de tarde, na verdade o ultimo deles, ela suspirou pesarosamente e sussurrou baixo claro urgente não há mais beleza em meus olhos ao te ver agora mais do que nunca fora antes é recíproco. Assim, sem vírgulas, sem pausas, sem tempo pra se arrepender. Se levantou do banco e foi embora, não olhou pra trás, não hesitou.Eles nunca mais se viram, estavam perdidos de novo, tão perdidos que nunca mais poderiam se encontrar. Pelo menos não um no outro.
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Meu com Clara D.