segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Quem sabe?


Estou triste. Tristinha. Cabisbaixa. Esperando. Sentada. Com frio.

Não é nada grave, nada que remédios resolvam. Eu não preciso de tratamento e acho que nem de conselhos. Como pedir conselhos sobre algo que se desconhece?

Acho que só preciso de tempo. Pensamentos. Calma. Música. Uma xícara de chá.

Acho que só preciso de um abraço, longo, quente, amigo. Acho que só preciso ver pessoas que querem ficar, que fiquem, que venham.

Acho que só preciso de bons filmes, bons risos, bons momentos.

Acho que só preciso de menos dramas feitos por mim. Mais simplicidade. Mais vida. Mais sentimentos leves.

De um amor inventado. De qualquer coisa bonita. Arco-íris. Ou de uma boa noite de sono. 
Quem sabe? 

Enquanto isso vou tentando sorrir e esquecer das coisas tristes. Vou tentando, aos trancos e barrancos, ficar feliz.

sábado, 13 de agosto de 2011

Como uma oração.


Que a vontade de ficar não vá embora. Que o brilho dos olhos não se perca, nem o aconchego do abraço sincero. Que não vire feio, borrado, triste, aquilo que existe de tão bonito. Que o querer estar junto, permaneça. E os sorrisos alegres também.

Que não suma a beleza do mundo, nem a beleza que existe dentro de mim. Que eu não me perca em mim, de um jeito triste. Que junto de algumas poucas lágrimas que caem do meu rosto, vá embora também todo sentimento ruim, toda a desilusão, toda a amargura.

Que o amanhã seja repleto de bons fluidos, bons desejos, bons recomeços. De uma esperança renovada. Que minha crença nas pessoas volte. E também minha vontade do novo. Minha vontade do tudo. Do mundo. Que eu volte a sentir sem medo e sinta que isso vale a pena. Que tudo continue mudando, pois é natural que sempre ajam mudanças. Mas que, por favor, dessa vez mude pra melhor.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Em meus sorrisos, você.


Meus olhos te fitam, nos olhamos, o tempo para, voa, se esvai entre nossos dedos, entrelaçados, juntos, corações acelerados, abraços apertados, corpos quentes, sorrisos nos rostos, pensamentos soltos, desejo de não sair, de não ir embora. Tivemos dias de chuva, dias de sol... E eu só me lembro de ter sorrido, sorrido muito e de ter te abraçado. Lembro de quase quedas também, quase despedidas, quase brigas, quase momentos sem saudades. Você inspira poesia, lindos versos escondidos nos cantos da minha boca. Você inspira vontades; de tentar, de querer, de sentir. Acho que tou voltando a sentir por sua causa, sabia? Uma coisa boa, feliz, quente. Nessa verdadeira embriaguez de sorrisos e overdose de abraços teus.  

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Uma dose.

Mais uma dose e eu ainda te vejo longe. Outra dose dessa noite fatigada, desses sonhos adiados, dessas verdades escondidas. Outra dose de olhares confidenciados, de cartas sem remetentes, desse meu amor pra te dar. Queria saber o que se passa na tua mente querido, apenas isso. Queria poder enxergar reciprocidade nos teus olhos. Na verdade queria poder mergulhar neles em uma viagem alucinante.
Todos estão dançando, cada um com seu par. E eu estou aqui com essa minha dose, meia cheia meia vazia, nas mãos, com essa minha dose de você. Você apenas me olha de longe como se estivesse tramando algo.  Mas darling, eu só quero a verdade e não me preocupo se vá doer.
Na verdade eu quero você, me quero em você; nos teus olhos, na tua boca, na falha da tua respiração. Quero ser o ar que adentra teus pulmões sem pedir licença, sem se incomodar, sem  te incomodar. Só quero que você me queria ai, contigo, onde eu quero estar. 

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Estações.

"Mudaram as estações, nada mudou, mas eu sei que alguma coisa aconteceu, ta tudo assim tão diferente". 
- Renato Russo

Coisas recíprocas, você dizia, são coisas muito raras de se encontrar. E sim, você estava coberto de razão.

Primavera

Duas pessoas sentadas em praça com o sol ao longe querendo ir embora, e diferente do sol eles não queriam ir. Duas pessoas que se bastavam de tal forma que nem notavam a existência das outras ao seu redor.  Era um final de tarde e estavam no meio de mais uma daquelas conversas intermináveis, aquelas com cara de que iam durar sempre, aquelas que eles queriam que durasse. 
Eles se olhavam e a cada olhar era como se a certeza de que eles foram mesmo feitos para estarem juntos aumentava. Era como se eles estivessem perdidos e então tivessem se encontrado um no outro. "Uma boa peça do destino" ela dizia e os dois sorriam.
 Ela dizia bobagens românticas, e ele dizia ficar feliz em ouvi-las, ela sorrindo - feito alguém que nunca viu dor, pura de alma e de lágrimas, porque ele o fazia se sentir assim - dizia estar feliz por te-lo deixado feliz. Círculo vicioso de felicidade, nem eles acreditavam. 
Era algo assim, bem bonito de se ver. Ele sempre dizia o quanto queria que tudo o que ele sentia fosse recíproco. E era. Todas essas coisas bonitas eram recíprocas, bem, pelo menos era o que ela pensava. 

Outono

A primavera se foi e em seu lugar veio o outono com sua beleza deslumbrante e ao mesmo tempo triste. O tempo em que eles saiam entre as árvores, rindo, brincando, fazendo planos para o futuro em meio das tantas conversas intermináveis estava se passando ao ritmo da mudança das estações.  Estavam distantes, ela sentia. Na verdade todos sentiam. 
Ela tentava prolongar a conversa a todo custo, não só a conversa mas os abraços, os carinhos, as palavras bonitas também. Se agarrava a uma esperança infantil de que pudesse durar, durar mais, durar sempre. Mas assim como as folhas amareladas das árvores começavam a cair sem que ninguém pudesse impedir, as coisas mudavam, devagar em um silêncio cada vez mais doloroso, mudavam.
Talvez se ele notasse, talvez se ela dissesse, talvez se fugissem pra um lugar qualquer onde só houvessem flores vivas. As músicas silenciaram, os poemas, os planos, os textos, amarelaram com as folhas. Ela tentou impedir, mas como impedir que as folhas caiam? Como impedir que mudem? Antes haviam sorrisos, abraços, olhares, e um sol dourado que insistia em lembrar que tudo findava. 
Agora umas folhas secas, um frio sem um abraço que o aliviasse, e uma nuvem cinza combinada ao silêncio . Ela lembrou então do sol de outros dias, soube então agora que findava, não importa o quanto se tentasse impedir, acabava.  A primeira passou muito rápido, ela concluiu por fim. 

Inverno

Ela tentou, esperou, mas a medida que a temperatura ia baixando o sentimento também. A neve caia por fora, mas não havia casaco que amenizasse o frio de dentro. Um abraço quem sabe, um sorriso talvez, não vieram, e o frio continuou. 
Não era mais possível voltar atrás, as folhas já tinham partido, não havia mais vestígio do sol e o céu não tinha estrelas.  Mesmo assim ela ficou, continuou falando não sendo ouvida, o frio lhe cortando por dentro, por fora, e ela ali, esperando o abraço dele. Nada fazia que as coisas fossem recíprocas novamente. 
Então, em mais um fim de tarde, na verdade o ultimo deles, ela suspirou pesarosamente e sussurrou baixo claro urgente não há mais beleza em meus olhos ao te ver agora mais do que nunca fora antes é recíproco. Assim, sem vírgulas, sem pausas, sem tempo pra se arrepender. Se levantou do banco e foi embora, não olhou pra trás, não hesitou.Eles nunca mais se viram, estavam perdidos de novo, tão perdidos que nunca mais poderiam se encontrar. Pelo menos não um no outro.

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Meu com Clara D.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Me gusta la mañana, me gustas tú.

quinta-feira, 10 de março de 2011

(Re)Encontro.



Estavam em um parque, sentados em um banco, era um daqueles dias frios de inverno mas com o encanto do outono. Fazia tempo que não se viam, ele estava retornando de uma longa viagem. As coisas não eram mais como antes por mais que a cena fosse familiar.

Eles se olhavam, cúmplices, como se soubessem de um segredo muito importante e que ninguém mais sabia. Ele a olhava nos olhos como se barganhasse por respostas, como se em algum lugar do olhar misterioso dela houvesse uma explicação para tudo aquilo que ela o fazia sentir. Ela retribuia o olhar, um olhar calmo, brando, gentil... Era como se ela tivesse dando permissão para que ele vasculhasse sua alma pelos seus olhos.

E as horas se passaram, o frio aumentou e ele deu seu casaco para que ela vestisse e se aquecesse. Eles se abraçaram e seus corações batiam no ritmo um do outro, eram como peças de quebra-cabeça que tinham se encontrado e se completado.

Muita coisa havia mudado, é verdade. O Bernardo que foi não foi o mesmo que voltou, nem a Julia. Mas a essência do sentimento mútuo não tinha mudado e eles sabiam. O silêncio não incomodava, nem as palavras, nem nada. Eles agora estavam olhando o horizonte enquanto o céu se explodia em cores, em beleza, nesse mais um pôr-do-sol e ao mesmo tempo primeiro.

Ela queria voar e ele queria ser suas asas. Alquimia magnífica de sentimentos. Ele não queria mais ir embora e ela sabia que não o deixaria partir novamente.